sábado, 20 de fevereiro de 2010

Tarda

Tarda criança que quero ser.
Tarda a inocência e a sabedoria de nada conhecer e tudo saber.
Tarda a velha criança que ignora o que sabe e sabe o que desconhece.
Tarda a felicidade de ter asas e não precisar de voar.
Tarda a naturalidade de viver sem destino e criá-lo à medida que caminho.
Tarda a conformidade activa do presente e a felicidade de nada ter e ser o mais abastado.
Tarda o nada que é tudo e a planície que é montanha.
Tarda o pequeno baú que é Igreja e a solidão que é reunião.
Tardam o Hipogrifo, os amores impossíveis que se concretizam e o amor unicorniano.
Tardam o Sol, a Lua, Mercúrio, Vénus, Neptuno e Urano no seu melhor.
Tarda a luz invisível que todos faz por iluminar.
Tarda a não-existência que É mais que tudo.
Tarda o Todo.
Tarda o Nada.
Feliz serei, quando nada tardar.

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