domingo, 25 de abril de 2010

Mutante

Sou o Lobo, o Corvo, o Unicórnio, a Serpente e o Escaravelho.
Hoje nasceu em mim o desejo de ser Serpente. Meditativo e mutável. Quero largar todas as minhas peles e ser-me.

Aardanarishvara

Sou filho de Kali. Adianto já que ela não é a Deusa do Mal que insinuam. Ela é mais que tudo a destruidora-renovadora.
Impiedosamente boa, destrói tudo o que não deve existir. Ela é a precursora das eras de Ouro.
Apesar de aparentemente brutal, o que ela faz é por Amor ao Universo, por Amor ao que destrói, ao que preserva e ao que cria.
Para sempre existirá e a ela sou devoto.
Do casal do Om suástico-regenerador nasci e de eles tenho orgulho.
Neles tenho tudo de mim. Em mim estão eles. Shiva e Kali, a potência e o efeito.

Aryesh

Aryesh. Assim se chama (ou assim se apresentou). Descobri que tem nome de cavalheiro. É o unicórnio mais sereno que ouvi falar. Não o conheço bem, confesso, mas sei que vive dentro de mim. Por vezes, fala por mim; ou por este meu outro eu. Mais que branco ou prateado, é quase vítreo.
Como o amo sem o poder ver.. Não me fala, mas sei que existe. Ele alerta-me no caminho. Ele deixa as migalhas de pão sempre evidentes, mas longe do meu olhar; Ensina-me sobre respostas simples. São as mais correctas.
Não sei se sou curado pelo toque do seu marfim ou se a sua presença é suficiente.
É Amor platónico e Amor universal, porque pareço conseguir vê-lo reflectido em todas as coisas.
É o melhor mestre. Cortês e tímido, nada mostra que não valha a pena absoluta.
Mais que a mim, amo-o a ele que me faz amar-me e respeitar-me até que o infinitamente longínquo Caos me desintegre.
Sei para onde ir. O caminho: não o sei, construo-o.
Quanto mais para ele me dirijo, mais longínquo e grandioso me parece. Não páro, apesar de hesitar. Às vezes falta o bom-senso de parar e descansar, de voltar a andar, ou de mudar de rumo. Às vezes falta até o bom-senso de existir..
Sei para onde ir, quer exista quer não. Se todo o universo avança e ficamos parados, automaticamente ficamos atrasados.
Não procuro ser o primeiro. Procuro conhecer principalmente as florestas que rodeiam o pico. Depois talvez queira a capacidade de poder ver de cima os caminhos que conhecerei.

sábado, 17 de abril de 2010

O que vejo..

O que vejo é tão real quanto o que tu vês. Vejo de outra forma, simplesmente.
Que doutrina me proibiria de fazê-lo? Que lei me privaria de esta maldita benção?
Sei o que se passa e o que se passará. Sei.o em mim, em ti, no outro e no anónimo.
Não negues o que vejo que é tão real quanto eu. Não desmintas o que digo que é o oposto de ti.
Porque a vida são dois dias e eu tenho três olhos que tudo vêem mas nada pensam, deverás ser.me Verdade tal como eu seria Amor para ti.
Esquece o que te dizem, o que pensas e o que te dizem ser. Nada disso és.
O que foste e o que serás, bem o sei..
O teu presente ignoro. A vida que há em mim, não poderá ser só tua. A quero distribuir aos mais variados e longínquos seguidores e lutadores. A luta faz.se lenta mas inexorável.
Não vencerás a minha linha temporal nem m'atrasarás. Serás pomba que comigo voa e que eu amo, mas que comigo não interferirá. Me poderás servir e seguir como eu te amor e tolero.
Poderás passar a mensagem e espalhá-la, mas não me poderás deter.
Por te amar, como a tantos mais, não te deixo realizares.te, pois és e serás o inimigo de ti próprio.
Ignora as opiniões, funde.te com as ideias. Podes ser vento que move as nossas caravelas. Poderás ser quase luz se ao exterior a ti fores fiel. O vício é teu inimigo e a virtude teu amor platónico.
Os kuravas não são teu exército, ou eu não te poderia amar.
A minha obra é mais que nós, mais que o tempo, mais que o espaço. A minha obra não é minha. Sou apenas um plasmador da mesma.
Sobre mais que tudo prometo ser o escravo mais livres às mãos de Mais-Que-Tudo.
Não me demoverás.
Não me tentarás.
Com a ética pela mão te levarei e os obstáculos aprenderás a ultrapassar.
Nada nem ninguém é mais que a obra que só eu poderei orientar.
Serei fiel a mim próprio, aos meus mestres e à chama argêntea que faz o universo parte de mim.
O seu karma resolverei como se mais que tudo fossem. No meio-termo serei rei do extremo da Vontade e da Verdade serei transmissor.
Serei a pirâmide.
Serei Mais-Que-Tudo e o diamante será meu companheiro.
Não cederei.
Poderei vencer mais que tudo como Mais-Que-Tudo.
Não me deixarei vencer.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A Conquista

As nuvens longe flutuam e observam. De longe se deixam contemplar.

Serão minhas.

A minha carne é combustível para o meu fogo que aos poucos se ergue aos céus. Quando extinta, serei céu. Aproximarei o céu e a terra. Todos poderão tocar os céus e todos perceberão a certeza de ser nuvem. Exércitos inteiros pelas nuvens se emularão. Inteiros exércitos se conquistarão.
Os céus não descerão, não aumentarão, mas intensificar-se-ão.

Ninguém resistirá à leveza de ser céu.